
A
palavra Exú, vem do yorubá e seu significado é esfera.
Esfera; o que fica em volta; por fora; o contorno...
Este é o motivo que com o passar do tempo e distorções das lendas Afros
culminou em tantas interpretações erradas, fazendo com que Exú fosse proibido
de entrar, de atuar e pisar no Congá, como se ele fosse indigno de estar
presente em um local sagrado.
Nos tempos atuais, diante de tantas explicações trazidas por
doutrinadores astrais em mentes de médiuns mais preparados, tais distorções
foram corrigidas e fundamentadas.
Hoje sabemos que a criação é dual e que o "máximo" alcance de
perfeição é o equilíbrio entre estas energias "positivas e
negativas", no sentido de vitalização e desvitalização e não no sentido
"bem e mal".
Seguindo o raciocínio da dualidade, o Congá fica "dentro"
atuando na energia "positiva" e para que haja um equilíbrio perfeito,
a Trunqueira fica "fora" atuando na energia "negativa". A
prioridade do trabalho dos guias de "direita" é a de cuidar, do lado
de "dentro", diretamente das pessoas e dos guardiões de
"esquerda" é a de cuidar, do lado de "fora", do espaço
(ambiente). O que não quer dizer que tanto um como o outro não possa integrar
ou complementar tais atuações.
Sendo assim, a trunqueira é composta de elementos magísticos, que serão
solicitados pelo guardião chefe da casa, no momento da fundação da mesma. Este
ponto de força pode ser considerado como uma "usina de força", onde
as entidades atuantes na defesa da casa, levantarão a contra parte etérea
destes elementos favorecendo seus trabalhos.
Cabe aos guardiões da Trunqueira fazer a guarda de proteção do terreiro,
na porta do mesmo, impedindo que espíritos inferiores adentrem e provoquem
discórdias e desequilíbrios nos trabalhos realizados.
Parte destas entidades ficam encarregadas de montar guarda nas cercanias
do terreiro (ruas próximas) e é de incumbência deles erguer campos de
contenções energéticas para proteção da casa, dos trabalhadores e das pessoas
que ali comparecerem. São estes campos, verdadeiras barreiras energéticas que
se levantam como grades, impedindo o acesso de todo e qualquer ataque, tanto de
energias como de espíritos inferiores.
Outra função importante é a de
transmutar energia, em tempo real, de negativa para positiva, energias estas,
captadas do campo áurico das pessoas que passam por ela, das energias captadas
durante os trabalhos realizados no Congá e dos espíritos que são direcionados
pelo astral para tratamento no terreiro.
Vale ressaltar e lembrar que tanto o Congá como a Trunqueira e seus
respectivos trabalhadores espirituais, atuam em prol da Lei Divina, ajudando,
direcionando e impulsionando espíritos caídos e desregrados à retomarem suas
jornadas evolutivas.
Exú trabalha no lado sombrio, nas
trevas porém, Exú não é trevoso!
Espíritos são exatamente como nós: Homens, mulheres e crianças que podem
até atentar contra o próprio corpo se transformando em seres asquerosos, sujos
e deformados por vontade própria, se transformando completamente em uma imagem
repulsiva, demonstrando claramente desequilíbrio psicológico, baixa estima,
grau evolutivo inferior e distorção da realidade mas que, no final das contas,
são apenas espíritos dentro da jornada evolutiva como qualquer outro.
Os guardiões atuantes na Umbanda, ao contrário do que se imagina, não se
apresentam com formas grotescas ou animalescas, como: caveiras, demônios, etc.
O
que realmente importa, na apresentação de uma entidade, é o nome que assumem.
Exemplo: Exú Tranca Ruas ou Exú Mirim Tranquinha. E porque é isto o que
importa? Porque os nomes assumidos pelas entidades, na realidade são mistérios,
que demonstram a atuação das mesmas.
Exemplo: É o mesmo que uma pessoa dizer: Sou
médico.
Ao dizer isto, saberemos o que ele faz, como atua, que tipo de material
que ele usa.
Então, voltando aos exús, ao se apresentar como um Tranquinha, ele
estará dizendo que é mestre na arte de "parar",
"paralisar", "estancar", caminhos.
Um Exú que se apresenta como Tranca Ruas, está dizendo que ele é mestre
em paralisar todos os caminhos. Seja ele da fé, do conhecimento, da lei, da
justiça, do amor, da geração e da transformação. Sendo assim, compreendemos que
estas entidades possuem o conhecimento onde faz parar qualquer tipo de
iniciativa ou ato, que esteja interferindo na evolução do ser ou local.
Agora,
vamos usar uma analogia para melhor compreensão.
Imaginem dois sacerdotes de Umbanda, onde ambos são iniciados com os
mistérios e fundamentos deste seguimento. O que diferencia um do outro é que um
é uma pessoa do bem, detentor de boa moral e que seu intuito é utilizar desta
iniciação para auxiliar um grupo de pessoas para a evolução e auxiliar todos os
que até ele chegar. Já o outro, mesquinho, de moral duvidosa, orgulhoso e
soberbo, visa utilizar desta iniciação um caminho fácil para as realizações de
seus desejos e desequilíbrios morais e, assim, tirar proveito de um
conhecimento para o mal.
O
mesmo ocorre no astral. Existem várias entidades que são detentoras de alguns
poderes e conhecimentos, sendo que alguns militam nas fileiras das Leis Divinas
e outros assumem a marginalidade dando asas aos seus próprios desequilíbrios.
Ambos se esforçam ao "máximo" no trabalho de recrutar adeptos para
engrossar suas fileiras. Da mesma forma que o sacerdote do bem vai ao máximo
tentar ajudar e equilibrar àqueles que chegarem até ele, fazendo que retomem às
Leis Divinas, o sacerdote caído, vai incentivar desvios e delírios, distorcendo
fundamentos, para convencer e influenciar àqueles que buscar por ele.
Agora que compreendemos que os "nomes cabalísticos" utilizados
pelas entidades na verdade são demonstrações de suas atuações, fica muito mais
fácil compreender a razão pela qual um Tranca Ruas pode ser tão bom e auxiliar
todos aqueles que à ele se dirigir enquanto que outro Tranca Ruas pode ser tão
ruim ao ponto de arruinar com a vida de uma pessoa. Sendo que ambos, ao chegar
em algum lugar e questionado: Qual é o seu nome? Responderá: Exú Tranca Ruas
ou Exú Mirim Tranquinha. A diferença
entre eles estará exatamente na moral e grau evolutivo.
Por isto que o termo Exú, que é aquele que trabalha no pólo negativo,
que é um executor e que milita nas trevas se transformou em algo tão assustador
e negativado (nos termos de maldade), devido à tanta confusão e incompreensão
dos trâmites astrais.
Nos dias de hoje, várias casas, incluindo a nossa, estão adotando o
termo guardião, justamente para desvincular as entidades atuantes na Umbanda
destes espíritos trevosos que geram discórdias e incredibilidades.
Vale lembrar: Toda e qualquer entidade atuante na Umbanda, seja ela
trabalhador da polaridade positiva ou negativa, de direita ou de esquerda,....
MILITAM NOS EXÉRCITOS DIVINOS.... agindo dentro da Lei Maior, praticando a
Caridade e impulsionando a Evolução das pessoas e locais. Sendo assim, nenhuma
delas faria mal a nada e nem à ninguém.
Abraços e Luz,
Mãe Solange de Iemanjá
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