Os sábios da Antiguidade acreditavam que o mundo era formado por quatro
elementos básicos: terra, água, ar e fogo. Não obstante, com o transcorrer do
tempo, a ciência viesse a contribuir com maiores informações a respeito da
contribuição da matéria, não tornou o conhecimento antigo obsoleto. A medicina
milenar da China, por exemplo, que já começa a ser endossada pelas pesquisas
científicas atuais, igualmente identifica os quatro elementos. Sob o ponto de
vista da magia, os quatro elementos ainda permanecem, sem entrar em conflito
com as explicações científicas modernas. Os magistas e ocultistas estabeleceram
um classificação dos elementais sob o ponto de vista desses elementos,
considerando-os como forças da natureza ou tipos de energia.
Os seres elementais, irmãos nossos na criação divina, têm uma espécie de consciência
instintiva. Podemos dizer que sua consciência está em elaboração. Apesar disso,
eles se agrupam em famílias, assim como os elementos de uma tabela periódica.
Os elementais são entidades espirituais relacionadas com os elementos da
natureza. Lá, em meio aos elementos, desempenham tarefas muito importantes. Na
verdade, não seria exagero dizer inclusive que são essenciais à totalidade da
vida no mundo. Através dos elementais e de sua ação direta nos elementos é que
chegam às mãos do homem as ervas flores e frutos, bem como o oxigênio, a água e
tudo o mais que a ciência denomina como sendo forças ou produtos naturais. Na
natureza, esses seres se agrupam segundo suas afinidades.
Estes agrupamentos que são as famílias elementais citadas acima, e como as
denominamos, estão profundamente ligadas a este ou àquele elemento: fogo,
terra, água e ar, conforme a especialidade, a natureza e a procedência de cada
uma delas.
Os elementais procedem de uma larga experiência evolutiva nos chamados reinos
inferiores e, como princípios inteligentes, estão a caminho de uma humanização
no futuro, que somente Deus conhece. Hoje, eles desempenham um papel muito
importante junto à natureza como um todo, inclusive auxiliando os encarnados
nas reuniões mediúnicas e os desencarnados sob cuja ordem servem. Eles diferem
de outros espíritos da natureza por não se apresentarem sempre com a mesma
forma, definida, permanente. São constituídos de uma substância etérea,
absorvida dos elementos da atmosfera terrestre. Muitas vezes apresentam-se como
se fossem feitos de luz e lembram pirilampos ou raios. Também conseguem se
manifestar, em conjunto, com um aspecto que remete aos efeitos da aurora polar
ou do arco-íris.
Os silfos são, entre todos os elementais, os que mais se assemelham às concepções
que os homens geralmente fazem a respeito de anjos ou fadas. Correspondem às
forças criadoras do ar, que são uma fonte de energia vital e poderosa. Muitos
elementais da família dos silfos possuem uma inteligência avançada e, devido ao
grau de sua consciência, oferecem sua contribuição para criar as correntes
atmosféricas, tão preciosas para a vida na Terra. Especializaram-se na purificação
do ar terrestre e coordenam agrupamentos inteiros de outros elementais. Quanto à
sua contribuição nos trabalhos práticos da mediunidade, pode-se ressaltar que
os silfos auxiliam na criação e manutenção de formas-pensamento, bem como na
estruturação de imagens mentais. Nos trabalhos de ectoplasmia, são auxiliares
diretos, quando há a necessidade de reeducação de espíritos endurecidos.
Duas classes de elementais que merecem atenção são as ondinas e as
ninfas, ambas relacionadas ao elemento água. Geralmente são entidades que
desenvolvem um sentimento de amor muito intenso. Vivem no mar, nos lagos e
lagoas, nos rios e cachoeiras. As ondinas estão ligadas mais especificamente
aos riachos, às fontes e nascentes, bem como ao orvalho, que se manifesta próximo
a esses locais. Não podemos deixar de mencionar também sua relação com a chuva,
pois trabalham de maneira mais intensa com a água doce. As ninfas, elementais
que se parecem com as ondinas, apresentam-se com a forma espiritual envolvida
numa aura azul e irradiam intensa luminosidade.
A diferença básica entre elas é a suavidade e a doçura das ninfas, que voam
sobre as águas, deslizando harmoniosamente, como se estivessem desempenhando
uma coreografia aquática. Para completar, temos ainda as sereias, personagens
mitológicos que ilustram por séculos as histórias dos marinheiros. Na
realidade, sereias e tritões são elementais ligados diretamente às profundezas
das águas salgadas. Nas atividades mediúnicas, são utilizados para a limpeza de
ambientes, da aura das pessoas e de regiões astrais poluídas por espíritos do
mal.
As fadas são seres em transição entre os elementos terra e ar. Note que, embora
tenham como função cuidar das flores e dos frutos, ligados a terra, elas se
apresentam cuidar das flores e dos frutos, ligados a terra, elas se apresentam
com asas. Pequenas e ágeis irradiam luz branca e, em virtude de sua extrema
delicadeza, realizam tarefas minuciosas junto à natureza. Seu trabalho também
compreende a interferência direta na cor e nos matizes de tudo quanto existe no
planeta Terra. Como tarefa espiritual, adoram auxiliar na limpeza de ambientes
de instituições religiosas, templos e casas espíritas. Especializaram-se em
emitir determinada substancia capaz de manter por tempo indeterminado as formas
mentais de ordem superior. Do mesmo modo, auxiliam os espíritos superiores na
elaboração de ambientes extra físicos com as aparências belas e paradisíacas.
E, ainda, quando espíritos perversos são resgatados de seus antros e bases
sombrias, são as fadas, sob a supervisão de seres mais elevados, que auxiliam
na reconstrução desses ambientes. Transmutam a matéria astral impregnada de
fluidos tóxicos e daninhos em castelos de luz e esplendor.
Temos ainda as salamandras, que são elementais associados ao fogo. Vivem
ligados àquilo que os ocultistas denominaram éter e que os espíritas conhecem
como fluído cósmico universal. Sem a ação das salamandras o fogo material
definitivamente não existiria. Como o fogo foi, entre os quatro elementos, o
primeiro manipulado livremente pelo homem, e é parte de sua história desde o início
da escalada evolutiva, as salamandras acompanham o progresso humano há eras.
Devido a essa relação mais íntima e antiga com o reino hominal, esses
elementais adquiriram o poder de desencadear ou transformar emoções, isto é,
podem absorvê-las ou inspirá-las. São hábeis ao desenvolver emoções muito
semelhantes às humanas e, em virtude de sua ligação estreita como o elemento
fogo, possuem a capacidade de bloquear vibrações negativas, possibilitando que
o homem usufrua de um clima psíquico mais tranquilo. Nas tarefas mediúnicas e
em contato com o comando mental de médiuns experientes, as salamandras são
potentes transmutadores e condensadores de energia.
Auxiliam sobremaneira na queima
de objetos e criações mentais originadas ou associadas à magia negra. Os
espíritos superiores as utilizam tanto para a limpeza quanto para a destruição
de bases e laboratórios das trevas. Habitados por inteligências do mal, são
locais-chave em processos obsessivos complexos, onde, entre diversas coisas,
são forjados aparelhos parasitas e outros artefatos. Objetos que, do mesmo
modo, são destruídos graças à atuação das salamandras.
Os duendes e gnomos são
elementais ligados às florestas e, muitos deles, a lugares desertos. Possuem
forma anã, que lembra o aspecto humano. Gostam de transitar pelas matas e
bosques, dando sinais de sua presença através de cobras e aves, como o melro, a
graúna e também o chamado pai do mato. Excelentes colaboradores nas reuniões de
tratamento espiritual são eles que trazem os elementos extraídos das plantas, o
chamado bioplasma. Auxiliam assim os espíritos superiores curativos, de
fundamental importância em reuniões de ectoplasmia e de fluidificação das
águas.
Temos ainda os elementais que se
relacionam à terra, os quais chamamos de avissais. Geralmente estão associados
a rochas, cavernas subterrâneas e, vez ou outras, vêm à superfície. Atuam como
transformadores, convertendo coadjuvantes no trabalho dos bons espíritos,
notadamente quando há a necessidade de criar roupas e indumentárias para
espíritos materializados. Como estão ligados à terra, trazem uma cota de
energia primária essencial para a reconstituição de aparência perispiritual de
entidades materializadas, inclusive quando perderam a forma humana ou se sentem
com os membros e órgãos dilacerados.
Os elementais são seres que ainda
não passaram pela fase de humanidade. Oriundos dos reinos inferiores da
natureza e mais especificamente do reino animal, ainda não ingressaram na
espécie humana. Por essa razão trazem um conteúdo instintivo e primário muito
intenso. Para eles, o homem é um deus. É habitual, e até natural, que obedeçam
ao ser humano e, nesse processo, ligam-se a ele intensamente. Portanto, meu
filho, todo médium é responsável não só pelas comunicações dadas por seu
intermédio, mas também pelo bom ou mau uso que faz potências e seres da
natureza.
PINHEIRO, ROBSON. ARUANDA.
PAG.90-98. 13ª ED. REV. E AMPL. – CASA DOS ESPÍRITOS EDITORA: 2011.
Abraços e Luz,
Mãe Solange de Iemanjá